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18 de novembro de 2009

Vejos os homens, são como árvores que andam...



Chama-me a atenção o fato de olharmos a vida, as coisas e situações a partir de nossos corações feridos, de nossa história de vida. E penso que isso seja algo natural, não há como não avaliarmos os fatos que se nos chegam, sem partirmos de nós mesmos... M



Nada mais inquieta o meu coração, que ver pessoas tomarem decisões ou influenciarem outras a isto, a partir de seus corações feridos. Digo isso, não como quem está para além do bem e do mal... Verdadeiramente não se trata disso.
O fato é que, independentemente de quem somos ou realizamos na vida, todos temos uma história de vida ferida, machucada, e que necessita de restauração, de cura interior, da libertação de algum vício ou mal. Todos, sem exceções... Por essa razão, sempre que me deparo com a narrativa bíblica, vem ao meu coração a certeza daquilo que os filósofos já diziam: “os sentidos nos enganam...”, também o autor sagrado vai rogar em sua salmodia, que Deus lhe envie auxílio e que, “casta a mente vença o que os sentidos pedem tanto.” De fato, os sentidos nos enganam... Essa é a luta de todo vivente.
Ora, se é assim, tanto mais teremos de nos empenhar na luta à medida que tomamos consciência de nossa história de vida, de nossas fraquezas e limites. Isso não pode ser motivo de pesar e lamento. Antes sim, deve ser instrumento eficaz na luta diária por superação, na busca pela restauração de nossa real condição de ser, segundo os desígnios de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...”
Chama-me a atenção o fato de olharmos a vida, as coisas e situações a partir de nossos corações feridos, de nossa história de vida. E penso que isso seja algo natural, não há como não avaliarmos os fatos que se nos chegam, sem partirmos de nós mesmos... Mas, a situação se agrava quando nos colocamos como medida para os outros, quando acreditamos que nosso ponto de vista, isto é, a nossa visão equivocada seja a única correta e verdadeiramente capaz de dar sentido e resposta para aquilo com o qual nos deparamos. Corremos o risco de excedermos nosso espaço na vida das pessoas, de nos tornarmos um peso sobre seus ombros, impondo-lhes um fardo que não somos capazes de carregar. “Vejo os homens, são como árvores que andam...”
Tantas situações em nossas vidas seriam mais leves, fáceis – até – de serem solucionadas, se aprendêssemos a nos colocar no lugar dos outros. Se vivenciássemos o amor cristão, sem interesses ou partidos. Se não formássemos os nossos grupinhos, partidos assumidos segundo nossos interesses e ambições.
Quando penso na personagem bíblica, vejo que necessito de um encontro pessoal e íntimo com Deus, necessito de cura interior, de restauração... Particularmente, sou tendencioso a me afastar das pessoas, a me fechar quando não sou capaz de encontrar um ponto de equilíbrio entre meu ponto de vista e o alheio. É um dos limites que trago em mim. Tenho me esforçado para vencer meus medos, meus apegos e comodismos. Às vezes me canso... Caio e necessito recomeçar, tomar a vida nas mãos com a certeza de que, mais vale recomeçar do que ficar caído. Percebo que preciso de ajuda, da presença de amigos que me devolvam ao essencial, àquilo que Deus sonhou para mim...
Todos nós somos assim. Temos necessidade do altar amigo, de um coração onde podemos ser quem somos e arrancar nossas máscaras, do ombro amigo que nos apóie e auxilie na caminhada.
Para a personagem bíblica o altar amigo foi o coração de Jesus. O próprio mestre se compadeceu com sua dor e sofrimento. Não há melhor amigo que Ele... No entanto, não caminhamos sozinhos na vida, é certo que as pessoas que passam por nossas vidas necessitam tocar o Deus que experimentamos. Isso é um princípio evangélico, uma máxima caritativa: “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes.”
Talvez, dentro de nossas casas estejamos olhando para as pessoas e vendo árvores que andam... São histórias como as nossas, são vidas semeadas em nossos caminhos e que necessitam do amor que pudermos ofertar. Às vezes é difícil, só seremos capazes de fazer o bem se mantivermos nosso coração unido ao de Jesus. Caso contrário, insistiremos em ver os homens como árvores que andam.
Não sei da sua história, da sua dor ou solidão. Enfim, das suas lutas... Sei apenas, que por mais difícil que pareça a situação que esteja vivendo, a certeza que deve permear seu coração está no fato de Jesus estar contigo em todos os momentos de sua vida. Se Ele lhe permite carregar – por um momento – a cruz, saiba que no momento de dar a vida, o crucificado é Ele... “A quem iríamos nós Senhor, só Tu tens palavras de vida eterna.”
Os problemas passam, a vida segue seu curso, o que fica é o bem ou o mal que realizamos. Cabe a nós escolhermos o caminho a seguir...
Ao termos o coração tocado por Jesus, na medida em que vamos sendo restaurados por Ele, poderemos dizer: “Vejo os homens, são imagem e semelhança de Deus.”
Carlos Jacob 

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