Há 155 anos uma alegria intensíssima encheu de júbilo as fileiras católicas do mundo inteiro: a notícia da proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem.
O Bem-aventurado Papa Pio IX (que aprovou e abençoou o Escudo do Sagrado Coração), fundamentado na Sagrada Escritura e no testemunho constante da Tradição (a transmissão oral passada de geração a geração), e por virtude do Magistério infalível, declarou ser de revelação divina que Maria Santíssima foi totalmente isenta do pecado original, desde o primeiro instante de sua concepção, consignado como está na Bula Ineffabilis Deus, de 8 de dezembro de 1854. Tal declaração revestiu-se de especial esplendor, pois, ao mesmo tempo que representava uma glória para Nossa Senhora e a Santa Igreja, era também um triunfo sobre o liberalismo e o ceticismo que corroíam a Civilização Cristã, que afrontavam o Vigário de Cristo e os direitos da Santa Sé, naqueles meados do século XIX. Período esse conturbado por revoluções anticatólicas em várias partes do mundo, desencadeadas sobretudo pelos propugnadores do racionalismo, do naturalismo e do anarquismo — inimigos da Igreja, fulminados por aquele Pontífice em diversos documentos.
Foi enorme o aplauso entusiástico que reboou entre os católicos da Terra inteira, porque o singular privilégio da Imaculada Conceição — no qual incontáveis santos, teólogos e fiéis em geral sempre creram desde os primórdios do cristianismo, e ao longo de todos os séculos — por fim era definido como verdade de fé. Quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora confirma tal verdade de fé em Lourdes.
Para esse bendito dia o mundo católico já estava preparado. A Santíssima Virgem, Ela própria, fizera tal preparação: em 1830, recomendara a Santa Catarina Labouré a difusão da Medalha Milagrosa, contendo a jaculatória mundialmente conhecida: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.!” Quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, no dia 25 de março de 1858, em Lourdes, Nossa Senhora confirma tal verdade de fé. Quando a pequena vidente Bernadette Soubirous perguntou-Lhe quem era Ela, Nossa Senhora, depois de estender os braços — como se vê na Medalha Milagrosa —, juntou as mãos à altura do coração e respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição!”
No calamitoso século XX, em Fátima, a Virgem Santíssima recomendou a devoção a seu Coração Imaculado e prometeu: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”. Era esta mais uma magnífica confirmação do dogma proclamado pelo Bem-aventurado Papa Pio IX no século XIX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário