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7 de setembro de 2009

HISTÓRIA DO MOVIMENTO CARISMÁTICO - Precedentes (3ª parte: O Concílio Vaticano II)

Oração do Papa João XXIII no Concílio Vaticano II:
“Repita-se no povo cristão o espetáculo dos apostólos reunidos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes e conceda que a santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o reino do divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino de amor e de paz. Amém.”

Para a surpresa de todos, no dia 25 de janeiro de 1959, o papa João XXIII convocou um concílio. O anterior havia sido realizado em 1870. O concílio Vaticano I, traz impressa a marca de Pio IX, o papa do Syllabus e do dogma da infalibilidade pontifícia. Esse tempo deixou a amarga lembrança de um catolicismo no exílio e na defensiva, de uma igreja desdenhosa do mundo. O anúncio de um novo concílio, qualificado de ecumênico e dedicado à conciliação da igreja com "todos os homens de boa vontade", suscitou uma grande esperança.
O XXI Concílio Ecumênico, chamado Vaticano II, terminou no dia 08 de dezembro de 1965. Durante três anos, um mês e vinte e nove dias (de 11 de outubro de 1962 até 08 de dezembro de 1965) viveu a Igreja Católica em estado de Concílio. Neste tempo cerca de 2.200 Bispos do mundo inteiro (incluídos os Superiores Maiores das Ordens e Congregações) encontraram-se 4 vezes em Roma, vivendo, rezando e trabalhando juntos durante 281 dias: 59 na I Sessão (de 11 de outubro até 08 de dezembro de 1962); 67 na II Sessão (de 29 de setembro até 4 de dezembro de 1963); 69 na III Sessão (de 14 de setembro até 21 de novembro de 1964); e 86 na IV Sessão (de 14 de setembro até 08 de dezembro de 1965). Trabalharam em 168 Congregações Gerais (36 na I, 43 na II, 48 na III e 41 na IV sessão. E assistiram a 10 sessões solenes. Nestes dias pronunciaram 2.217 discursos (600 na I, 618 na II, 666 na III e 333 na IV Sessão) e entregaram 4.361 intervenções escritas não pronunciadas. Ouviram 147 relatórios e fizeram 544 votações, nas quais foram utilizadas 1.360.000 fichas para sufrágios individuais. Morreram neste período 253 Bispos (6 do Brasil).

O Concílio, com seus teólogos e peritos, preparou, discutiu, emendou, votou e promulgou 16 documentos: duas Constituições dogmáticas, uma Constituição pastoral, uma Constituição litúrgica, nove Decretos e três Declarações. E assim no dia 08 de dezembro de 1965 estava tudo preparado para encerrar formal e solenemente o XXI Concílio Ecumênico. A cerimônia foi realizada na Praça de São Pedro, em frente da Basílica Vaticana. Durante a Santa Missa, celebrada pelo Papa, Paulo VI pronunciou sua comovente homilia de despedida. Depois anunciou as Mensagens do Concílio aos Governantes, aos Intelectuais (com o abraço a Jacques Maritain e o aplauso dos Bispos), aos Trabalhadores, aos Artistas, às Mulheres, aos Jovens, aos Sofredores. Mons. Felici, Secretário Geral do Concílio, leu o Breve de Encerramento. Então todos juntos cantaram as aclamações finais e as orações por todos quantos trabalharam no Concílio. Tudo terminou com a Bênção Apostólica, à qual Sua Santidade aditou as seguintes palavras: “Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ide em paz!” Ao que a assembléia respondeu: “Demos graças a Deus!”. O relógio marcava 13h25.

Para caracterizar o espírito do Concílio Vaticano II costuma-se recorrer às duas palavras: “aggiornamento” e “retorno às fontes”. A palavra italiana “aggiornamento” significa atualização, adaptação da imutável verdade revelada da fé à compreensão do homem dos nossos tempos. Significa a expressão do imutável depósito da fé na linguagem acessível do homem moderno. Significa, ainda, uma abertura aos novos desafios que o momento atual traz. A expressão “retorno às fontes”, significa a redescoberta das riquezas espirituais, doutrinárias e litúrgicas dos primeiros tempos da Igreja.

“O Concílio Ecumênico Vaticano II quis ser um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo. A essa reflexão impelia-a a necessidade de uma fidelidade cada vez maior ao seu Senhor. Mas o impulso vinha também das grandes mudanças do mundo contemporâneo, que, como “sinais dos tempos”, exigiam ser decifradas à luz da Palavra de Deus.

Foi mérito de João XXIII não só ter convocado o Concílio, mas também ter-lhe dado o tom da esperança, tomando as distâncias dos “profetas de desventura” e confirmando a própria e indômita confiança na ação de Deus.

Graças ao sopro do Espírito Santo, o Concílio lançou as bases de uma nova primavera da Igreja. Ele não marcou a ruptura com o passado, mas soube valorizar o patrimônio da inteira tradição eclesial, para orientar os fiéis na resposta aos desafios da nossa época" (Papa João Paulo II - 10/15/1995).

Fonte: www.portalcarismatico.com.br

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