O papa Bento 16 disse nesta quinta-feira que os casos de abuso sexual de crianças por padres mostram que a Igreja Católica precisa cumprir penitência por seus pecados e reconhecer os erros cometidos, em uma rara referência pública do papa sobre o escândalo.
“Ante os ataques do mundo que nos falam de nossos pecados, lembramos (…) que é necessário fazer penitência e, assim, reconhecer os erros cometidos em nossa vida”, declarou, durante missa no Vaticano. “A dor da penitência quer dizer purificação e transformação, significa renovação, obra da misericórdia divina”, acrescentou.
“Nós, cristãos, nos últimos tempos temos evitado a palavra penitência”, continuou o pontífice, durante missa celebrada na Capela Paulina, no Vaticano. “Agora, depois dos ataques do mundo, que falam de nossos pecados, vemos que é necessária a contrição, reconhecer os equívocos, abrirmo-nos ao perdão, prepararmo-nos para o perdão, deixar que nos transformemos”.
Isso envolveria “abrir-se para o perdão, preparar-se para o perdão, permitindo que se seja transformado”, disse o papa, cuja última manifestação sobre o escândalo foi uma carta ao povo irlandês, divulgada no dia 20 de março, e critica pelas vítimas de abuso por fazer pouco diante da extensão do escândalo.
As palavras do papa foram interpretadas como uma espécie de mea culpa ante um grave escândalo, explicou o vaticanista Bruno Bartoloni, citado pela agência de notícias France Presse.
“Não é uma declaração solene, mas uma espécie de mea culpa. O papa disse que sente profundamente toda essa tormenta, no coração”, acrescentou.
Críticas
O foco do papa Bento 16 na questão da penitência é um contraste à ênfase recente dos altos clérigos, que defenderam a Igreja Católica e o papa do que eles retratavam como uma campanha orquestrada por uma mídia hostil.
O papa Bento 16, contudo, também respondeu aos críticos da Igreja, retratando-os como escravos de uma “ditadura” conformista.
“Conformismo que torna obrigatório pensar e agir como todos os outros, e a sutil –ou não tão sutil– agressividade contra a Igreja Católica demonstra o quanto essa conformidade pode ser realmente uma verdadeira ditadura”, disse o papa.
Ele afirmou ainda que este conformismo substituiu tanto a “ditadura nazista como a marxista” e torna “obrigatório pensar como todo o mundo, agir como todo o mundo”.
“Não vivemos em uma ditadura, mas existem formas sutis de ditadura”, enfatizou. “A ditadura nazista como a marxista não aceitam um Deus acima do poder ideológico”, concluiu.
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/
Um comentário:
Agradeço aos moderadores do Blog pela postagem. Os cristãos precisam estar informados e formados da situação da nossa Igreja atual, para dobrar os joelhos em uma grande intercessão e súplica. Clamemos a Misericórdia Divina sobre nossos clérigos.
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