Cardeal Julián Herranz Casado.
ROMA, 12 Jun. 12 / 03:01 pm (ACI/EWTN Noticias)
O Presidente Emérito do Pontifício Conselho para os Textos legislativos, Cardeal Julián Herranz Casado, está seguro de que neste momento há mais mártires que em qualquer outra etapa da história da Igreja.
O Presidente Emérito do Pontifício Conselho para os Textos legislativos, Cardeal Julián Herranz Casado, está seguro de que neste momento há mais mártires que em qualquer outra etapa da história da Igreja.
Em entrevista concedida ao grupo ACI,
o Cardeal Herranz explicou que tem muito presente os países onde a
Igreja é perseguida, e em especial guarda uma lembrança preciosa da
Igreja na China, "pobre e perseguida, mas cheia de vida".
"Já faz 10 anos, escrevi uma carta ao Papa João Paulo II
desde China, na qual lhe dizia que estava emocionado em ver uma Igreja
pobre e perseguida, mas cheia de vida, uma Igreja na qual a vida de fé
se notava continuamente na forma de comportar-se diante dos sofrimentos,
das dificuldades, da profissão da própria fé sem nenhum temor, e com
uma vida sacramental muito intensa".
Após celebrar a Santa Missa com motivo da Jornada de Oração pela Igreja na China com alguns membros da China Prayer Group –um grupo nascido para seguir o chamado do Papa Bento XVI
a orar pela evangelização e a unidade da Igreja do país–, o Cardeal
Herranz indicou que esta oração é uma resposta ao chamado do Papa para
"pedir pelos cristãos, pelos católicos que estão sendo perseguidos em
muitas nações do mundo".
"É um momento no qual estão havendo mais mártires que em qualquer
outro momento da história da Igreja, mártires cuja maioria nem sequer
são conhecidos, mas que diante do Senhor estão muito pressente, pois
eles receberam a coroa da glória no Céu, e sobre tudo estão dando um
testemunho de fortaleza na fé", explicou.
O Cardeal Herranz assinalou que é verdade que a Igreja na China está
passando por momentos difíceis; "mas quando a Igreja não passou por
momentos difíceis de um tipo ou de outro? Pensando na Igreja dos
primeiros tempos, quando estava mais acossada por tantas dificuldades,
ali o que faziam os cristãos era ser unânimes na oração, na comunhão
-participação do corpo do Senhor-, e na doutrina dos apóstolos", animou.
A autoridade vaticano indicou que Bento XVI
fundamentalmente deseja ajudar a população chinesa a crescer na fé. "Se
Cristo é caminho, verdade e vida, caminho da Igreja na China, a vida, a
força da vida missionária e apostólica que tenham os católicos na China
depende muito da amizade que tenham com Cristo, quer dizer, como eles
crescem por dentro".
Finalmente, o Cardeal considerou que a situação dos católicos na
China está melhorando, "tudo o que tem vida, tudo o que cresce e se
expande é bom e os católicos estão num momento de grande crescimento por
dentro e por fora, por dentro porque há um grande esforço por melhorar a
formação na fé, e por fora porque todos têm, e especialmente os leigos
–e me dá muita alegria-, um grande ardor leigo e missionário".
China é um país hostil para os católicos, o Estado só permite o culto
católico unicamente à Associação Patriótica Católica Chinesa, ajudante
do Partido Comunista da China, e em numerosas ocasiões rechaçou a
autoridade do Vaticano. A Igreja Católica, fiel ao Papa e clandestina na China, é perseguida permanentemente.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano se romperam em
1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram
aos clérigos estrangeiros. Anteriormente, a Igreja Patriótica nomeou
alguns bispos sem a permissão do Santo Padre.
No ano 2007, Bento XVI escreveu uma Carta aos bispos, presbíteros,
pessoas consagradas y fiéis leigos da Igreja Católica da China. Através
dela, animou à unidade, o perdão e a reconciliação, o diálogo respeitoso
e construtivo entre os fiéis, e exortou às comunidades eclesiásticas e
organismos estatais a viver suas relações "na verdade e na caridade".
"As autoridades civis são muito conscientes de que a Igreja, em seu
ensino, convida aos fiéis a ser bons cidadãos, colaboradores respeitosos
e ativos do bem comum no seu País, mas também está claro que ela pede
ao Estado que garanta aos mesmos cidadãos católicos o pleno exercício da
sua fé, no respeito de uma autêntica liberdade religiosa", expressou
naquela ocasião.
Fonte: http://www.acidigital.com
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