Cristofobia: 17 cristãos são mortos por hora, a cada dia, em algum lugar do mundo!
Cristãos
coptas, do Egito, carregam uma imagem de Jesus Cristo manchada de
sangue, em ato contra a violência de extremistas islâmicos (Foto: Asmaa
Waguih/Reuters)
A celebração anual dos Estados Unidos pelo Dia da Independência foi acompanhada este ano pelaFortnight for Freedom dos bispos dos EUA, uma rodada de oração e de defesa dedicada à preservação da liberdade Religiosa.
O exercício renovou o debate sobre se há ou não uma guerra contra a
religião nos Estados Unidos, alimentada, naturalmente, pela política das
eleições de 2012.
A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada no jornal National Catholic Reporter, A tradução é deMoisés Sbardelotto.
Inegavelmente, há importantes questões Igreja-Estado em jogo nos EUA, em
um crescente número de outros lugares, porem, há uma guerra
decididamente literal contra a religião vindo pela frente. Suas vítimas
são ameaçadas, espancadas, presas e até mesmo assassinadas.
Aqui está um rápido retrato do que estava acontecendo ao redor do mundo.
- O Pe. Joseph Zhao Hongchun, administrador apostólico da diocese chinesa de Harbin,
foi levado sob custódia policial no dia 4 de julho para impedi-lo de
alimentar a oposição à ordenação ilícita de um novo bispo de Harbin
orquestrada pelo governo. Ele foi detido por três dias e liberado apenas
depois que a ordenação ocorreu.
- O novo bispo auxiliar de Xangai, Dom Thadddeus Ma Daqin, foi posto sob prisão domiciliar em um seminário depois de ter renunciado publicamente à Associação Patriótica dos Católicos Chinesescontrolada pelo governo durante a sua missa de ordenação no dia 7 de julho, que ocorreu com a bênção do papa.
- O Rev. Kantharaj Hanumanthappa, pastor pentecostal no estado indiano de Karnataka,
estava celebrando um culto no dia 4 de julho quando 20 radicais hindus
invadiram o lugar para acusar os cristãos de proselitismo, ameaçando-os
se não fossem embora. Uma denúncia policial foi arquivada, mas nenhuma
ação foi tomada.
- A casa particular do pastor Ramgopal, ministro pentecostal do estado indiano de Uttar Pradesh,
foi invadida pela polícia juntamente com radicais hindus. O grupo
supostamente teria dito ao pastor: “Ou você vai embora e nunca mais
volta, ou nós vamos prendê-lo”. Ele foi libertado somente depois de
assinar uma declaração prometendo a não celebrar mais serviços de oração
na região.
- Um padre católico no Vietnã, J. B. Nguyen Dinh Thuc,
foi atacado por policiais à paisana e por bandidos que supostamente
teriam recebido 25 dólares por cabeça para invadir uma capela
missionária em uma área rural no dia 1º de julho. Seu objetivo era
impedir a celebração de uma missa, parte do que os católicos locais
descrevem como uma política de “limpeza religiosa” imposta porHanói. Quando o padre tentou abrir caminho pela multidão, ele foi espancado, juntamente com diversos leigos que foram em seu socorro. Maria Thi Than Ngho,
uma das leigas, sofreu uma fratura no crânio durante o confronto. Até o
fechamento desta edição, ela permanecia em estado crítico.
- Yelena Kim, uma batista do Uzbequistão,
presa no fim de junho por ter “ensinado religião ilegalmente”, está
agora diante de três anos atrás das grades depois que a polícia invadiu a
sua casa e confiscou as suas Bíblias, seus hinários e outros materiais
religiosos.
- Ghulam Abbas, um homem com deficiência mental de uma região do Punjab sob
o controle paquistanês, foi jogado na prisão no dia 3 de julho, depois
de rumores de que ele havia queimado algumas páginas de um Alcorão.
Antes de que se pudesse fazer qualquer investigação ou julgamento, uma
multidão muçulmana extremista invadiu a cadeia, arrastou Abbas da sua
cela e o queimou vivo. Segundo observadores locais, esse é pelo menos o
35º assassinato extrajudicial que ocorre depois de uma detenção segundo
as famosas leis da blasfêmia do Paquistão desde 1986.
Profundos agradecimentos ao serviço de notícias Asia News por nos trazer essas histórias, que, de outra maneira, seriam quase totalmente negligenciadas.
Esses
relatos dão carne e sangue à mais impressionante narrativa cristã do
início do século XXI, que é o surgimento de toda uma nova geração de
Mártires pela Fé. Segundo a Sociedade Internacional para os Direitos Humanos,
80% de todos os atos de discriminação religiosa no mundo de hoje são
dirigidos contra cristãos, tornando o cristianismo, de longe, a
comunidade religiosa mais perseguida do planeta. Estimativas confiáveis
dizem que cerca de 150 mil cristãos são mortos pela fé todos os anos, o
que se traduz em 17 novos mártires a cada hora de cada dia.
A história de Abbas no Punjab também
é um lembrete de que os cristãos não são os únicos que sofrem, já que
os relatos sugerem que ele era, na realidade, um muçulmano. De acordo
com um recente estudo de uma comissão daConferência dos Bispos do Paquistão,
pelo menos 964 pessoas foram acusadas sob as leis da blasfêmia entre
1986 e 2009, das quais 479 eram muçulmanas, 119 cristãos, 340 ahmadis,
14 hindus e 10 de outras religiões. Essas detenções, muitas vezes, são o
pretexto para violências e assassinatos realizados em multidão, como no
caso Abbas.
Os bispos dos EUA, em colaboração com a Catholic University of America e o Catholic Relief Services, estão planejando realizar uma conferência intitulada Liberdade religiosa internacional: Um imperativo para a paz e o bem comum no dia 12 de setembro em Washington. O cardeal Timothy Dolan, de Nova York, fará o discurso de abertura, e um alto diplomata vaticano, o arcebispo francêsDominique Mamberti, foi convidado para proferir o discurso de encerramento.
Fonte: www.comshalom.org/blog/carmadelio/
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