Exortação do “African Jesuit AIDS Network”
Por Roberta Sciamplicotti
ROMA, quarta-feira, 25 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- "Aprender a enfrentar a AIDS como família” é o objetivo que o African Jesuit AIDS Network (AJAN) apresenta para o Dia Mundial da luta contra a enfermidade, que se celebra a 1 de dezembro.
Na mensagem, dirigida “a todos os jesuítas da África e Madagascar” por Fratern Masawe S.J., moderador dos Jesuítas da África e Madagascar (JESAM), recorda-se que quando a AIDS começou a açoitar a África, há 25 anos, poucos reagiram bem”.
“As pessoas soropositivas ou enfermas de AIDS podiam-se encontrar facilmente condenadas, expulsas e tratadas como ‘praticamente mortas’”, denuncia o texto.
Hoje, as coisas são e devem ser diferentes, acrescenta padre Masawe, observando que “pertencer à família de Deus significa atuar como Jesus nos ensinou”.
Segundo o sacerdote, não se pode enfrentar o problema “sem compreender o contexto, os fatores complexos que cercam cada situação humana”.
“A AIDS –junto à malária e a tuberculose– é uma pandemia que está dizimando as populações africanas e danificando gravemente sua vida econômica e social”.
Esta enfermidade, sublinhou, não deve ser enfrentada simplesmente como um problema médico-farmacêutico ou de mudança de comportamento humano, porque é uma “questão de desenvolvimento e de justiça integrais, que requer uma aproximação e uma resposta holística da parte da Igreja”.
Educar na sexualidade
Padre Masawe recorda portanto que uma das questões implicadas na realidade da AIDS e de sua difusão é o comportamento sexual.
“A sexualidade na África sempre foi vista como moralmente neutra, nem boa nem má”, diz.
A propósito disso, explicou que o “fogo, se está controlado e domesticado, é útil para preparar a comida; fora de controle, pode queimar o teto e consumir toda casa. Da mesma forma, a sexualidade deve ser canalizada e disciplinada para que seu potencial de dar vida se cumpra e sua destrutividade seja limitada”.
O sacerdote reconhece que a visão eclesial da sexualidade “frequentemente é considerada rígida, irreal ou moralista”. Na verdade, acredita, muitos buscam “um guia de como viver a sexualidade de modo sadio”.
“A abstinência e a fidelidade são não só as melhores maneiras de evitar o HIV e enfrentar a AIDS, mas também a via para uma autêntica realização pessoal”.
Neste campo, observou, é necessário que a Igreja dê uma formação pessoal e apoie publicamente os que querem promover e seguir estes valores.
Aproximação global
Além de um uso equivocado da sexualidade, outros fatores favorecem a difusão do vírus, recordou o moderador do JESAM. Há “a pobreza, fome, guerra e deslocamento forçado, violência doméstica e comércio sexual”.
Quem quiser compreender o impacto do HIV/AIDS sobre a vida humana deve considerar a economia, a política, a sociedade e a cultura, assim como as questões pessoais e familiares mais imediatas”, declarou.
Neste contexto, muitos programas da Igreja empenham-se em garantir a assistência, o alimento e o apoio. “O objetivo é viver como uma família: respeitar a dignidade e a vida de cada um, mostrar solidariedade com quem está em necessidade”.
Padre Wasabe recorda que não há que ter medo ou desanimar pela “enormidade dos problemas de nosso continente, entre os quais figuram o HIV e a AIDS”.
“É parte da vida e o será ainda por muito tempo. Como uma grande família, enfrentemos o desafio com confiança. Imploremos o apoio para enfrentar as necessidades de assistência de muitos. Sabemos que nosso Pai está do nosso lado”.
“Como Jesus, Maria e José na Sagrada Família, assim a Igreja-Família de Deus na África conhece seus filhos e filhas, suas necessidades, seus pontos fortes e suas debilidades, seus medos e esperanças –concluiu. Manifesta este conhecimento de amor em seus modos de prevenir a AIDS e de cuidar dos enfermos e de quantos são afetados pela AIDS, trabalhando pela reconciliação, a justiça e a paz”.
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