“Eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substitui-lo por um coração de carne.” (Ez 11, 19)
Pela oração, pela Palavra e por inúmeros outros meios, o Espírito Santo vai tecendo em nós a imagem do Senhor, pois é da vontade de Deus que sejamos santos como Ele é santo (cf. I Pe 1, 15s). A santidade só é possível por causa do Espírito Santo que habita em nós: somos templos do Espírito Santo, templos de Deus (cf. I Cor 3, 16; 6, 19 – 20). Para os judeus, o templo era a casa de Deus, o lugar onde Deus habitava. Eles caminhavam muitos quilômetros para irem até o Templo de Jerusalém, pois lá estava Deus. Com a entrega de Jesus, com Sua morte e ressurreição, podemos encontrar o Senhor não só em nossas Igrejas, pois Deus habita em nós. O nosso Deus está perto, é Deus conosco, está em nós.
Porém, na vida de muitos cristãos, a presença do Espírito Santo não é testemunhada, enquanto que Jesus fala do Espírito Santo como um rio de água viva (Jo 7, 37 – 39), devendo continuamente se manifestar na vida daquele que O recebe. Deus deseja nos proporcionar, unido ao encontro com Cristo, a experiência da efusão do Espírito Santo, ou propriamente, o “batismo no Espírito Santo” (batismo vem do grego baptízein, e significa mergulho). Trata-se de uma experiência que proporciona que a presença operante do Espírito torne-se sensível na consciência pessoal, como um derramamento, um transbordamento (Sl 22, 5).
Este derramamento do Espírito fora anunciado pelos profetas (Is 44, 3; Ez 36, 25 – 28; Jl 3, 1). A promessa fora feita para os tempos messiânicos. Assim, João Batista anuncia que Jesus é aquele “batiza no Espírito Santo” (Mt 3, 11; Mc 1, 8; Lc 3; 16; Jo 1, 33). O Espírito Santo vem sobre Jesus, em forma de pomba, ao ser batizado por João Batista, no Rio Jordão (Mc 1, 9 – 11). Depois do batismo no Jordão, Jesus foi impelido ao deserto, onde enfrentou o demônio. Voltando para Nazaré, Jesus inicia o seu ministério, proclamando, cheio do Espírito Santo, a boa nova.
Para continuar a missão que Jesus deixou, nós, os cristãos, precisamos do poder do Espírito Santo (At 1, 5. 8). Por isso, Jesus nos motiva a pedir o Espírito Santo (Lc 11, 9 – 13). Foi isto, então, que os discípulos fizeram em Jerusalém: todos perseveraram em oração, unidos a Maria, a mãe de Jesus, esperando o cumprimento da promessa (At 1, 12 – 14). Chegando o dia de Pentecostes, o Espírito é enviado sobre os apóstolos (At 2, 1 – 4), transformando-os em homens de coragem e de fé, levando-os a pregar com grande poder (At 2, 14 – 18. 36; 3, 1 – 9).
A oração para a efusão do Espírito Santo consiste na oração, cheia de fé e esperança, que uma comunidade cristã eleva a Jesus glorificado, para que derrame, de maneira nova e em maior abundância o Espírito Santo sobre a pessoa que ardentemente o pede e por quem os demais oram. Essa oração, geralmente, é feita mediante a imposição de mãos, não se tratando de um gesto mágico, nem de um rito sacramental, mas um gesto sensível de amor fraterno, com o desejo ardente, submetido à vontade de Deus, de que Jesus derrame sobre aquele (a) por quem oramos o dom do Espírito Santo. Contudo, não são as pessoas reunidas ao redor de alguém que “batizam no Espírito Santo”, pois somente o Senhor Ressuscitado, que recebe do Pai o Dom do Espírito Santo, o derrama sobre os discípulos. Portanto, quem batiza no Espírito Santo é o Senhor Jesus.
Assim como o batismo no Espírito Santo foi para os apóstolos o início de uma vida nova, esta efusão não é na caminhada um fim, mas somente um princípio, o arranque de uma vida nova (At 4, 23 – 35; 9, 17 – 22). Façamos, portanto, como a Virgem Maria quando respondeu ao chamado de Deus, manifestado pelo anjo Gabriel: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lc 1, 38).
Autoria: Grupo de Formadores da RCC Camocim.
Um comentário:
Parabéns pela iniciativa do primeiro congresso Paróquial, sou de Fortaleza e animo-vos para logo após esse congresso irem em missão as localidades de Camocim evangelizando promovendo SVES, Lagoa comprida, Vila dos teixeiras, Torta, etc. Muitos estão vivendo vidas desregradas por falta de conhecimento de Deus de amor como é o nosso Deus.
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