“Vossa Palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho” (Sl 118, 105).
A Bíblia é a coleção de livros, considerados pela Igreja como escritos sob a inspiração do Espírito Santo, que contém a Palavra de Deus. A palavra “bíblia” vem do grego e significava originariamente “os livros”. Em latim, esse termo transformou-se num singular e passou a designar exclusivamente a coleção dos textos que formam a Sagrada Escritura.
A Bíblia completa contém 73 livros. Os títulos desses livros lembram, por vezes, o nome de seus autores; outras vezes, lembram o nome dos seus destinatários, ou ainda os assuntos que neles são tratados. Deus é seu autor principal, que se serviu de homens diversos, de diversos tempos para escrever os livros sagrados. Na redação, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo Ele próprio neles, e por meio deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que Ele próprio queria. Esses homens viveram lugares e em ambientes muito diversos. Tudo o que os autores inspirados (hagiógrafos) afirmam, deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo. Como todos eles escrevem sob a inspiração divina, é Deus mesmo quem deve ser tido como o autor primário de toda a Bíblia.
Divide-se a Bíblia em duas grandes partes, chamadas Antigo Testamento e Novo Testamento. O termo “testamento” substitui um antigo termo grego que significa “pacto” ou “aliança”. Com efeito, toda a Bíblia trata da aliança feita por Deus com os homens.
As narrações bíblicas foram primeiramente vividas, oralmente transmitidas e posteriormente escritas. Foi por volta do ano 960 aC, no reinado de Salomão, que as antigas tradições orais do povo hebreu começaram a ser escritas, tais como a história dos patriarcas, do êxodo e das conquistas.
O Antigo Testamento originou-se no seio da comunidade, que foram ajuntando os textos no decorrer de sua história. Dividiram-no em três partes:
01. A Lei (Torah) – designa genericamente o conjunto dos escritos sagrados do Judaísmo e, mais particularmente, os cinco primeiros volumes da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
02. Os Profetas – os judeus abrangiam com esse título não somente os livros que hoje são denominados “Proféticos”, mas também a maioria dos escritos que hoje chamamos de Livros Históricos;
03. Os Escritos – os judeus designavam por esse nome os seguintes livros: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas.
Essa coleção já estava terminada no segundo século antes da nossa era. Nessa mesma época, uma colônia judaica vivia no Egito, onde se falava muito a língua grega. A Bíblia foi então traduzida para o grego, sendo acrescentados alguns escritos recentes, sem que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados. São os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, I e II Macabeus, Baruc e alguns suplementos dos livros de Daniel e de Ester. A Igreja Católica admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros. No tempo da reforma (Século XVI d. C.), os protestantes decidiram não admiti-los nas suas bíblias, pelo fato de não fazerem parte da Bíblia hebraica primitiva.
A Bíblia Católica aceita 46 livros no Antigo Testamento e os divide do seguinte modo:
01. Pentatêuco (a Lei) – engloba os cinco primeiros volumes: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio;
02. Livros Históricos – Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus;
03. Livros Sapienciais – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiástico, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiastes.
04. Livros Proféticos – Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rebateu a idéia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar. As obras contidas na Antiga Aliança são vistas pela Igreja como prefigurações daquilo que Deus realizou na plenitude dos tempos, na pessoa de Seu Filho encarnado. Por isso, os cristãos lêem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. O Antigo Testamento prepara o Novo, ao passo que este cumpre o Antigo; os dois se iluminam reciprocamente; os dois são verdadeira Palavra de Deus.
A coleção dos livros do Novo Testamento começou a formar-se na segunda metade do primeiro século da era cristã. Seus 27 livros estão assim distribuídos:
01. Cinco Livros Históricos – os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), o Evangelho segundo São João e o livro dos Atos dos Apóstolos;
02. Vinte e uma cartas (ou epístolas) – são atribuídas a São Paulo: a carta aos Romanos, a 1ª e a 2ª carta aos Coríntios, a carta aos Gálatas, a carta aos Efésios, a carta aos Filipenses, a carta aos Colossenses, a 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses, a 1ª e a 2ª a Timóteo, a carta a Tito e a carta a Filemom; as outras cartas são as seguintes: Carta aos Hebreus, a Carta de São Tiago, a 1ª e a 2ª de Pedro, a 1ª, a 2ª e 3ª de São João e a Carta de São Judas.
03. Um Livro Profético - o Apocalipse.
As cartas aos Tessalonicenses compõem o primeiro escrito do Novo Testamento, datadas pelo ano 51 d. C. O primeiro evangelho escrito foi o de Marcos, entre os anos 67 e 70, em Roma. O conteúdo do Novo Testamento encontrou-se completo por volta do ano 110 d. C..
Para facilitar a localização, os livros foram divididos em capítulos, e estes, em versículos. As freqüentes citações de textos bíblicos são apresentadas das seguintes maneiras: título do livro (geralmente abreviado), seguido do capítulo e do versículo.Mesmo dividida em versículos, capítulos e livros, a Bíblia forma um todo. Mesmo dividida em duas partes, ela nos apresenta a Palavra de Deus que sempre foi venerada pela Igreja como o é o próprio Corpo do Senhor.
Autoria: Grupo de Formadores da RCC Camocim.
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