No seu último livro, o Cardeal Wuerl explica o modo de viver como cristãos
Por Pe. John Flynn, LC
- Cada vez que rezamos o Pai Nosso, dizemos "venha o Vosso reino", 
porém devemos perguntar-nos quantos quantos fiéis entendem corretamente o
 que a expressão significa. É a pergunta que faz o cardeal Donald Wuerl 
numa recente obra.
In Seek First the Kingdom: Challenging The Culture by Living Our 
Faith (Our Sanday Visitor), o purpurado observa que no Novo Testamento 
este "Reino de Deus" é mencionado ao menos 122 vezes. Em todo o Antigo 
Testamento, ao contrário, aparece apenas uma vez.
Este reino não significa simplesmente ser bons e gentis uns com os 
outros, mas nem sequer indica uma forma de teocracia ou busca do domínio
 político. Não é nem sequer uma metáfora: segundo o cardeal Wuerl, é 
algo real.
A definição mais básica deste termo, diz o cardeal, é que o reino de 
Deus é equivalente à presença de Deus. Deu reina onde quer esteja 
presente e Ele está em toda parte, embora seja um espírito puro que 
transcende tudo.
"Na terra, o reino é misteriosamente escondido e pode se encontrar em
 qualquer lugar, mas só espiritualmente", escreve Wuerl. "Há sinais 
desse  reino mas, para senti-los, precisamos fortalecer os nossos 
sentidos espirituais".
No entanto, acrescentou o Cardeal Wuerl, o reino é mais que 
espiritual. Somos humanos, com uma alma espiritual e um corpo material, e
 estes dois elementos são essenciais para a nossa humanidade. "Da mesma 
forma, o reino está dentro, mas também tem uma dimensão ou elemento 
exteriores".
Jesus não ordenou aos seus discípulos anunciar o seu reino somente 
com as palavras, mas também com as obras, da assistência aos doentes, à 
ressurreição dos mortos, até a expulsão de demônios.
A Igreja
Jesus também identificou o seu reino com uma sociedade facilmente 
reconhecível: a Igreja. Nomeou a Pedro como guia dos apóstolos. "As 
Escrituras são claras sobre este ponto: se queremos encontrar o reino, 
agora ou no futuro, devemos antes encontrar a Igreja”, comenta o cardeal
 Wuerl.
Por isso, o reino foi edificado por Cristo, está aqui mas ainda 
crescendo. E, ao mesmo tempo, à espera do fim dos tempos, Cristo reina 
por meio da Igreja. Se não podemos ver o reino, como obscurecido pelo 
mau comportamento de alguns cristãos, o cardeal Wuerl recomenda se 
esforçar para buscá-lo com uma fé ainda mais profunda.
Há muitos sinais do reino de Deus, no entanto, observa Wuerl, existem
 sete mais importantes que os outros: os sacramentos. Os sacramentos são
 sinais, não apenas símbolos. Eles não só representam um ensino, mas 
realmente nos doam a vida de Deus.
No entanto, a graça dos sacramentos não se limita a nós mesmos, 
enfatiza o Autor. Fomos criados para levar o amor de Deus a um mundo que
 tem desesperadamente necessidade. É assim que o cristianismo mudou o 
mundo.
"As nossas vidas podem ser sinais do Reino, visíveis para todos 
aqueles que estão fora do reino edificado por Jesus Cristo”, acrescenta o
 Autor.
As nossas ações, continua o cardeal, põem em marcha uma série de 
eventos subseqüentes. "Esta é a grande dignidade da vocação dos leigos: 
levar a fé ao mundo e dar testemunho em todos os lugares” escreve Wuerl.
Os Católicos leigos podem ir a lugares não acessíveis aos bispos: 
lugares de trabalho, campos esportivos ou lojas. Por que a Igreja faz 
mais?, algumas pessoas se perguntam. Talvez, diz o Cardeal Wuerl, a 
verdadeira questão que todos os católicos deveriam fazer-se é: "por que 
que eu não posso fazer mais?".
A vocação
A vocação dos leigos na construção do reino de Deus não é uma vocação
 de "segunda classe", diz Wuerl. A missão dos leigos é fazer tudo o que 
Cristo quer.
A tradição cristã tem muito a oferecer à sociedade. Os seus 
ensinamentos sobre a dignidade humana, as suas obras de misericórdia, o 
bem comum, a solidariedade, a liberdade de consciência, enriquecem a 
sociedade. Promover estas idéias é uma maneira que os leigos têm para 
promover o reino.
Em alguns círculos muito influentes, acrescenta o Cardeal Wuerl, a 
opinião baseada na crença religiosa não é muito bem recebida. O perigo é
 que as liberdades de religião e de consciência sejam reduzidas à 
liberdade de culto dentro das igrejas e as convicções sejam deixadas na 
porta da igreja.
O que antes eram consideradas boas idéias, são agora condenadas como 
exortações ao ódio e qualquer desafio na redefinição de instituições 
como o matrimônio ou a assistência sanitária, são etiquetadas como 
discriminações.
Todos nós, em determinados estágios da nossa vida, viveremos momentos
 em que deveremos escolher se lutar ou não pelo que cremos, observa 
ainda o cardeal Wuerl. Se por um lado não devemos buscar impor as nossas
 concepções com a força e expressá-las com amor, por outro lado não 
podemos permanecer no silêncio.
"Temos de lutar quando o reino é atacado, menosprezado, deturpado ou 
ignorado", diz o cardeal. "Individualmente e coletivamente, em silêncio 
ou persistentemente, os Cristãos são chamados a lutar por Cristo e seu 
reino", acrescenta. Dada a direção em que muitos países se estão movendo
 hoje, estas oportunidades de luta não faltarão.
Fonte: http://www.zenit.org
 
 
 
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