Reflexões de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte
- No próximo mês, começa a contagem regressiva para a Jornada Mundial
da Juventude (JMJ) no Brasil, que será realizada de 22 a 28 de julho do
ano que vem, no Rio de Janeiro. Já está em curso uma enorme movimentação
da força jovem pelo mundo afora, especialmente aqui. A Jornada Mundial
está na cadeia dos grandes eventos que estão sendo realizados em nosso
país: Rio+20 (concluída recentemente), a Copa das Confederações, em
2013, a Copa do Mundo, 2014, e, por último, as Olimpíadas, em 2016.
A JMJ vai congregar, no mínimo, dois milhões de jovens, do Brasil e
de todos os cantos do mundo. O caminho que está sendo percorrido no
processo preparatório guarda uma riqueza educativa de expressiva
significação. A Cruz peregrina da Jornada Mundial chegou ao Brasil,em
São Paulo, no mês de setembro do ano passado, passou por Minas Gerais,
no mês de novembro, e continua percorrendo todo o Brasil. Em cada lugar
uma festa da fé, uma consolidação dos brios da juventude, uma
reafirmação da melhor proposta aos jovens, aquela de firmar-se no
seguimento de Jesus Cristo, o jovem de Nazaré. Um programa de vida
iluminado pela convicção, como disse o Papa Bento XVI, de que “se não
conhecemos a Deus em Cristo e com Cristo, toda a realidade se torna um
enigma indecifrável; não há caminho, não há vida nem verdade”.
Antecedendo a JMJ, antes da chegada ao Rio de Janeiro, teremos a
celebração da Semana Missionária, em todas as dioceses do Brasil, de16
a21 de julho de 2013, quando hospedaremos milhares e milhares de jovens
peregrinos. Será a oportunidade para aproximar-se mais de Jesus Cristo, o
melhor presente que qualquer pessoa pode receber. Encontrá-lo é o
melhor que pode ocorrer na vida de cada um. E fazê-lo conhecido, por
palavras e obras, é a mais gostosa e duradoura alegria. Quando o jovem
assume Cristo como mestre, fazendo-se discípulo, aprende sobre o sentido
profundo da existência, substitui o desalento pela esperança que não
engana, conforme sublinha o importante Documento de Aparecida, fruto da
5ª Conferência dos Bispos Latino-americanos e Caribenhos.
Esse documento também alerta para as várias situações que afetam
muitos jovens significativamente, como as sequelas da pobreza, limitando
o crescimento harmônico de suas vidas, gerando exclusão. Também a falta
de socialização e transmissão de valores nas instituições tradicionais,
substituídas por ambientes não isentos de forte carga de alienação. Não
raramente, muitos jovens são presas fáceis de novas propostas
religiosas e pseudo-religiosas, bem como vítimas da dizimação produzida
pela dependência química.
A Jornada Mundial da Juventude é a grande convocação dos jovens para
uma vivência autêntica da fé, o despertar para uma participação na
esfera política, equilíbrio na dinâmica de suas vidas, superação de
práticas e usos abusivos. Para a Igreja Católica é uma reafirmação e o
comprometimento na sua opção preferencial pelos jovens. É também
oportunidade para que os governos invistam nos jovens. Para a sociedade
de um modo geral, que deve participar e colaborar, a JMJ é um momento
histórico para avançar em direção ao novo, necessário à própria
sobrevivência. Especificamente para os jovens, os grandes protagonistas,
a Jornada Mundial já está sendo a experiência de uma nova consciência
de sua dignidade e força, uma aposta exitosa para o futuro, com Cristo
como centro de suas vidas.
Nesse contexto de preparação para a JMJ, Belo Horizonte sediará o
Congresso Mundial de Universidades Católicas, uma riqueza dos muitos
tesouros desse caminho missionário. A capital mineira receberá milhares
de peregrinos. Os números, a programação, os conteúdos e metas desses
eventos todos são emoldurados pelo entendimento de que os jovens são uma
força incontestável e indispensável. Merecem ser apoiados, conhecidos
nas suas experiências, ajudados nas suas demandas. Para além de
diversão, turismo, lazer, outros ganhos importantes, os jovens são o
tesouro precioso que conta mais. É hora da convocação aos jovens!
Fonte: http://www.zenit.org
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