Vários
domingos do último mês de junho, grupos mobilizados pelas autoridades
locais impediram a celebração da missa dominical na capela católica de
Con Cuông, distrito da província de Nghê An, na diocese vietnamita de
Vinh.
Um
artigo publicado em 28 de junho no site da diocese informa sobre os
fatos e apela às autoridades pedindo respeito pela liberdade religiosa e
pela legislação.
O contencioso entre a comunidade católica do distrito de Con Cuông e o poder local vem se arrastando há sete meses. A
primeira agressão aconteceu em 13 de novembro de 2011, quando as
autoridades do distrito mobilizaram uma tropa de agentes da segurança e
de milicianos, num total de 300 pessoas. Equipados com sirenes e
tambores, os perturbadores invadiram aos gritos a capela em que era
celebrada a missa. A confusão foi tanta que os dois sacerdotes
celebrantes tiveram que interromper a celebração.
Quinze
dias mais tarde, uma bomba de fabricação caseira explodiu à noite na
porta da capela, causando sérios estragos. Interrogados sobre os dois
incidentes, os poderes públicos declararam ignorá-los totalmente. Uma investigação feita pelo governo da província não deu nenhum resultado.
Pouco
depois do segundo incidente, o bispo de Vinh protestou no site da
diocese, denunciando as ações que perturbam a ordem pública e dividem a
população. O prelado anunciou também que acompanharia de perto o
desenrolar dos acontecimentos de Con Cuông.
Depois
de mais de seis meses de trégua, durante os quais a missa foi celebrada
todos os domingos, as hostilidades recomeçaram no início de junho. No
domingo da Trinidade, cerca de cinquenta locais, comandados pelo
presidente da Frente Patriótica, se misturaram com os fiéis que
assistiam à missa e tentaram boicotar a celebração. Enquanto isso, fora
da capela, agentes da segurança impediam os fiéis de entrar no templo.
O
mesmo tipo de distúrbio se repetiu nas semanas seguintes. A intervenção
das autoridades locais foi particularmente virulenta no dia 24 de
junho: meia hora antes da missa, 250 pessoas, organizadas previamente,
tentaram invadir a capela e ocupar os assentos. Quando o padre chegou,
foi convidado a se apresentar às autoridades do distrito, convite que
recusou. Em seguida, foi obrigado a celebrar a eucaristia em meio a um
tumulto indescritível: alto-falantes colocados diante das portas e das
janelas abertas, no máximo do volume, obrigavam todos a ouvir durante a
missa um discurso que acusava a celebração de ser ilegal. O celebrante,
além disso, recebeu uma reprimenda do presidente da Frente Patriótica,
que lhe recomendou não voltar à paróquia. O sacerdote não pretende
seguir o conselho.
A
campanha oficial para impedir a celebração da missa dominical em Con
Cuông não acontece apenas no domingo. Durante a semana, as famílias
católicas vêm recebendo a visita de policiais ou de pessoal
administrativo, que procuram demonstrar o caráter ilegal da missa
dominical. Estas visitas oficiais não pouparam sequer o antigo
proprietário da casa que hoje funciona como capela, cedida ao bispo da
diocese.
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/
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