“Portanto, que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes” (At 2, 36).
O SENHOR é aquele que tem direito sobre tudo. Abuso de poder e autoritarismo são umas das características da maioria dos senhores do mundo. Contudo, proclamar Jesus como o Senhor não significa afirmar que Ele governa como os senhores do mundo, pois são características do Senhorio de Jesus Cristo a justiça, a verdade e o amor, e, jamais, seu senhorio em nossas vidas será usado para nos oprimir e deixar fardos pesados sobre nós.
Jesus é o primogênito de toda a criação, isto é, gerado (não criado) antes de todas as coisas (Cl 1, 15 – 17), compartilhando com o Pai de todos os atributos divinos, sendo assim um só com o Pai (Jo 14, 8 – 10). Ele tinha a autoridade de pregar em nome de Deus, não por ser formado em Teologia, mas pela unção que lhe foi dada pelo Espírito Santo, como seu próprio título indica: Cristo vem da tradução grega do termo hebraico Messias, que quer dizer “ungido”. Em atenção à entrega de Jesus em prol da salvação dos homens, o Pai lhe entrega todas as coisas (Fl 2, 5 – 11), constituindo-o Senhor e Rei do Universo.
Nos Evangelhos, várias pessoas se dirigem a Jesus chamando-o de “Senhor”, seja por causa do conhecimento que Ele tinha da Palavra, seja pela autoridade com que pregava, manifestando o respeito e a confiança daqueles que a Ele se achegavam esperando o auxílio oportuno (Mt 14, 35 - 36; 15, 22). Jesus mesmo atribui a si este título de modo explícito, dirigindo-se aos seus apóstolos (Jo 13, 13). Tal soberania foi demonstrada ao longo de toda a Sua vida pública, através dos gestos de domínio sobre a natureza (Mt 8, 23 – 27), sobre as doenças (Jo 9, 1 – 7), sobre os demônios (Mc 5, 1 – 20), sobre o pecado (Mt 9, 1 – 2) e também sobre a morte (Jo 11, 38 – 44).
Viver sob o senhorio de Jesus Cristo é entregar a Ele as rédeas de todas as áreas de nossa vida. Cabe a cada um de nós, portanto, proclamar Jesus como o único Senhor, banindo tudo aquilo que exerce soberania sobre nossa vida, pois não devemos ter vários senhores (Ef 4, 5). Também não basta confessarmos somente com a nossa língua que Jesus é o nosso único Senhor, é preciso fazê-lo com atitudes concretas.
Entregar-se totalmente a Jesus é querer que Ele faça em nós o que Ele quiser, e não querer ser o centro da própria vida. Trata-se de entregar-Lhe a direção de nossa vida, tudo o que somos e temos: família, amizades, estudos, profissão, corpo, alma, sexualidade, emotividade, bens materiais, esperanças, medos, preocupações, imaginação, memórias, maneira de agir, de pensar e de falar. Tal entrega deve ser feita de modo livre e pessoal, constituindo-se a melhor forma do ser humano expressar a Deus a gratidão pelo Seu infinito e gratuito amor para conosco, assim como pela salvação alcançada em Cristo Jesus. “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minha vida atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).
Autoria: Grupo de Formadores da RCC Camocim
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