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8 de setembro de 2009

O Espírito Santo: a Promessa do Pai (8º tema do S. V. E. S.)

“Se fordes ultrajados pelo nome de Cristo, bem aventurados sois, porque o Espírito de glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós.” (1 Pe 4, 14)

Jesus, conhecendo os nossos corações e sabendo que a boa nova não pode ser vivenciada somente com nossas forças humanas, prometeu o Espírito Santo (cf. Lc 24, 49), o penhor (garantia, segurança) da salvação (Ef 1, 13 – 14). Jesus chama o Espírito Santo de “o Prometido de Meu Pai”, pois o envio do Espírito Santo é o cumprimento do Deus Pai havia prometido pelos profetas no Antigo Testamento (Ez 11, 19 – 20).

Jesus não revela plenamente o Espírito Santo enquanto Ele mesmo não é glorificado. Vai apresentando-o aos poucos como o faz a Nicodemos (Jo 3, 5 – 8), à Samaritana (Jo 4, 10. 13 - 14) e aos que participavam da Festa dos Tabernáculos (Jo 7, 37 – 39). Quando chega a hora em que vai ser glorificado, Jesus anuncia a vinda do Espírito Santo. Na última ceia, Jesus diz que o Espírito Santo, que “procede do Pai” é o “outro Paráclito”. A palavra paráclito significa advogado, auxílio, intercessor, ou ainda, consolador. O Espírito Santo é o outro Paráclito porque Jesus é o primeiro Paráclito (Jo 14, 16 – 17).

Jesus também chama o Espírito Santo de “o Espírito da Verdade” (Jo 15, 26 – 27; 16, 13 – 15), pois o Espírito nos ensinará toda a verdade, mas também recordará tudo o que o Senhor nos tem dito (Jo 14, 26). O Paráclito “enviado por Jesus” nos convencerá a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16, 7 – 11), abrindo nossos olhos para enxergarmos nossas faltas cometidas. O Espírito Santo é aquele que nos consola, advoga nossas causas e as causas de Deus em nossos corações.

Quando somos batizados, o somos “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, isto é, somos mergulhados no amor do Pai, no sangue redentor de Cristo e na graça do Espírito Santo. Neste momento, o Espírito Santo passa a habitar em nossas almas, tornando-nos filhos de Deus (Gl 4, 4 – 7). O Espírito começa agir em nós e a esculpir em nossas almas a mais bela de suas obras: a obra de santificação. Chamamos a ação do Espírito Santo em nós de dons do Espírito Santo. Estes dons são presentes que, pela ação do Espírito Santo, Deus nos dá para nossa santificação e para o serviço dos irmãos.

A obra de santificação está expressa em Is 11, 1 – 2. Jesus Cristo é da linhagem de Davi (Lc 1, 30 – 32), que por sua vez é descendente de Jessé. Assim, os cristãos formam o “renovo” prometido do “tronco de Jessé”. Sobre Jesus Cristo, o Messias, repousa o “Espírito do Senhor”. Consequentemente, sobre todo o povo conquistado por Cristo, o Povo da Nova Aliança, repousa o Espírito Santo. Os dons citados nesta passagem são chamados de dons infusos, ou mesmo dons de santificação, e nos são conferidos por ocasião do nosso batismo. Em vista do sacramento da confirmação, são também chamados de dons crismais. Os sete dons de santificação, instrumentos de ação do Espírito Santo em nós para educar nossas almas e nos santificar são:
- sabedoria – não a sabedoria do mundo e seus valores, mas a verdade que se identifica com Jesus e nos torna felizes (Mt 1, 23 – 24; 10, 19 – 20), fazendo-nos entender melhor a vida sobrenatural (I Rs 3, 9). Exemplo: a visão que tínhamos antes da Igreja e da vida em Deus, e que são transformadas pelo dom da sabedoria;
- entendimento – faz-nos compreender profundamente as verdades reveladas (I Jo 5, 20). Aceitamos as verdades reveladas, mesmo não compreendendo todo o mistério, mas entendendo que ali está a salvação. Exemplo: a descoberta do valor da Bíblia, da Confissão, da Eucaristia;
- prudência (ou conselho) – luz que o Espírito Santo nos dá para distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do falso, orientando acertadamente nossa vida e a vida de quem nos pede orientação e conselho. Exemplo: saber o que convém fazer nas diversas circunstâncias;
- coragem (ou fortaleza) – dom da força espiritual para vivermos a fé e suas conseqüências (II Tm 1, 7); é o testemunho da fé viva em Deus, especialmente nos momentos mais difíceis. Exemplo: permanecer firme na hora da provação e do sofrimento;
- ciência – faz-nos conhecer as coisas sagradas nas suas relações com o Criador. Por este dom, o Espírito Santo nos guia, indicando o caminho a seguir na realização da vontade de Deus a nosso respeito e de nossa vocação (Fl 3, 8 – 11). Exemplo: ver as coisas como Deus as vê;
- temor de Deus – Busca-se o cumprimento da santa e amorosa vontade de Deus, como Jesus nos ensinou (Jo 6, 38; 8, 29);
- piedade (que algumas traduções da Bíblia não citam) – leva-nos a espiritualidade cristã, a um relacionamento com Deus numa vida de graça. Por este dom, o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir, produzindo em nós uma afeição para com Deus e para com as pessoas (Rm 14, 17).

O Espírito Santo não age apenas com sete dons, mas com uma variedade de carismas. Observando o que acontecia nas primeiras comunidades e comparando com a vida de Jesus, São Paulo nos fala sobre as diversas manifestações do Espírito Santo (I Cor 12, 7 – 11). São os intitulados dons carismáticos ou dons espirituais, podendo também ser chamados de dons efusos ou dons de serviço, uma vez que são distribuídos em vista do bem comum, para o serviço da comunidade cristã, para a edificação do Corpo de Cristo (I Cor 12, 8 – 11). Sobre os dons efusos, estudaremos no aprofundamento que intitulamos “Oficina de Dons”.

Autoria: Grupo de Formadores da RCC Camocim.

Um comentário:

Anônimo disse...

É muito bom o Blog d vcs, mas por favoe especialmente neste assunto do esperito santo releiam o que vcs escreveram sobre o Dom do temor de Deus, creio que houve um equivoco qdo. escreveram : "é o santo temor de não pecar" até aqui estar certo mas vejam esta parte a seguir: "de não dar a deus a devida glória, de não cumprir fielmente seus mandamentos", ao contrario este Dom nos leva a dar Glória a Deus e a cumprir Seus Mandamentos.
Deus Trino e Maria os Abençoe, com S. José e o Sto. Anjo !
Laís ( USA-FL )